Uma sequência de tremores de terra registrada em Sonora, município no norte de Mato Grosso do Sul, elevou a atenção sobre a atividade sísmica na região. Entre a noite de segunda-feira (12) e a manhã de terça-feira (13), foram contabilizados 17 abalos sísmicos, incluindo um tremor principal de magnitude 3.5 mR e 16 réplicas, com magnitudes entre 1.0 e 2.1.
De acordo com o Centro de Sismologia da USP, os eventos ocorreram em um intervalo inferior a duas horas após o tremor principal — considerado o mais forte registrado no estado desde 2016. As ocorrências foram captadas pelas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) e estão sendo monitoradas em tempo real.
O último tremor da série, até o momento desta publicação, foi registrado às 9h20 da manhã de terça-feira (13). Segundo o sismólogo José Alexandre, responsável pelo boletim da USP, o epicentro do sismo principal foi localizado a cerca de 100 quilômetros de Sonora, na divisa entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Apesar da intensidade do primeiro tremor, não há registro de que os abalos tenham sido sentidos pela população local, o que sugere que ocorreram em áreas rurais ou de baixa densidade populacional. “Essas ocorrências são relativamente comuns na região do Pantanal”, explica o sismólogo. Em março deste ano, o município de Poconé (MT) registrou um tremor de magnitude 4.4, considerado significativo.
Com os novos episódios, Mato Grosso do Sul chegou a 24 abalos sísmicos em 2025 — o maior número já registrado em um único ano desde 1998, quando foram computados nove tremores.
A professora Edna Maria Facincani, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), explica que os sismos ocorrem dentro da bacia sedimentar do Pantanal, uma região considerada sismicamente ativa. “A média dos sismos do Pantanal varia de 2.5 a 3.5 na escala Richter. Embora tremores acima de 4 sejam mais raros, estatísticas indicam que, a cada cinco anos, a região costuma registrar pelo menos um evento com essa magnitude”, afirma.
A RSBR e seus parceiros seguem monitorando a atividade sísmica na região. Ainda não é possível prever se novos tremores ocorrerão.
Da Redação
Foto: Assessoria