Por Toninho Ruiz

As obras da Ponte Bioceânica, que promete transformar a engenharia civil paraguaia em um marco mundial, seguem avançando no ritmo planejado. Erguida em pleno Pantanal sul-mato-grossense e no Chaco paraguaio — uma região de clima semiárido —, a estrutura se tornará um elo estratégico entre Brasil e Paraguai, cruzando o caudaloso Rio Paraguai, fronteira natural entre os dois países.

Na sexta-feira, dia 29, registrei imagens que mostram o progresso da construção dessa gigantesca obra, que em breve será a principal passagem para milhares de veículos.

Investimento Paraguaio e Integração Continental

O governo do Paraguai tem destinado recursos significativos, com apoio da Itaipu Binacional, para tornar realidade essa ligação internacional. Já foi concluída a pavimentação do trecho de 280 km entre Carmelo Peralta e Loma Plata, e atualmente está em execução a obra de asfalto entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, na divisa com a Argentina, via Mission La Paz.

Com a finalização desses projetos, o Paraguai terá acesso direto ao Brasil, Argentina e Chile, criando um corredor estratégico para escoar sua produção pelo Oceano Pacífico através dos portos chilenos de Antofagasta, Tocopilla, Mejillones e Iquique — garantindo, assim, uma saída ao mar.

Obras em Execução

No lado brasileiro, as obras incluem 13,1 km de acessos, conectando a BR-267 até a cabeceira da ponte. O investimento é de R$ 474 milhões, oriundos do governo federal via Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). A execução está a cargo do Consórcio PDC Fronteira, formado pelas empresas Caiapó Construções, DP Barros e Paulitec Construções. Além do acesso viário, serão construídos prédios de controle integrados para operação conjunta entre os dois países.

Do lado paraguaio, o consórcio formado pelas empresas Tecnoedil e LT Construções executa os 4 km de acesso, com investimento de US$ 14 milhões. A ponte, por sua vez, está sob responsabilidade do Consórcio PYBRA (Tecnoedil S/A, Paulitec Construções e Cidades Ltda.), sob coordenação do engenheiro civil paraguaio Renê Gomez. Os trabalhos atuais incluem a instalação de grades de proteção e o transporte de materiais pesados já está em andamento.

Características da Ponte

A Ponte Bioceânica será do tipo estaiada — modelo em que a pista é sustentada por cabos de aço tensionados, ancorados diretamente em torres verticais. Essa tecnologia é ideal para vencer grandes vãos, oferecendo uma estética moderna e imponência visual. O projeto prevê um vão central de 350 metros e quatro pilares de 130 metros de altura, garantindo plena navegabilidade do Rio Paraguai.

Com 1.294 metros de extensão e 21 metros de largura, a ponte conectará Porto Murtinho (Brasil) a Carmelo Peralta (Paraguai), consolidando um novo corredor logístico internacional.

Texto e fotos: Toninho Ruiz