O prefeito de Naviraí, Rodrigo Sacuno, que também é vice-presidente do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso do Sul, em exclusividade ao portal MS De Norte a Sul, discorreu sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorrido esta semana no Superior Tribunal Federal.
Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, sob acusação de liderar uma trama para permanecer no poder após as eleições de 2022. É a primeira vez na história do país que um ex-presidente é punido por esse crime.
Para Sacuno, este é “um momento delicado da nossa democracia. Quero aqui, de forma clara e serena, registrar meu posicionamento contrário a esse julgamento”.
“Não se trata de defender pessoas, mas sim princípios. O que está em jogo é a preservação do devido processo legal, da ampla defesa e da imparcialidade das instituições. Quando o Poder Judiciário passa a assumir uma postura política, deixando de se ater estritamente à Constituição e às leis, abre-se um perigoso precedente para o futuro da nossa nação", destsca Sacuno.
Assim como muitos juristas, Sacuno lembra que o julgamento em questão teve muitos questionamentos jurídicos, alimentando a sensação de que houve seletividade e perseguição, o que fere a credibilidade das instituições: “O Estado de Direito só se sustenta quando todos são tratados de forma isonômica, sem distinção de ideologias, partidos ou preferências pessoais.Não podemos aceitar que o Brasil siga esse caminho. Precisamos de equilíbrio, de respeito à separação dos poderes e de serenidade para que o Judiciário não se torne palco de disputas políticas”.
Para Sacuno, a democracia se fortalece com divergência de ideias, com o livre debate e com eleições livres e justas, “não com decisões que soam mais como atos políticos do que como julgamentos jurídicos”.
“Reafirmo, portanto, meu posicionamento contrário a esse julgamento do STF. Não porque defenda um indivíduo, mas porque defendo a liberdade, o Estado de Direito e a própria democracia. A história há de registrar quem buscou o caminho da justiça e quem preferiu o da perseguição", finalizou Rodrigo Sacuno.
Da Redação
Foto: Arquivo pessoal