A Licença Prévia para a construção da fábrica de celulose da Bracell em Bataguassu foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Controle Ambiental (Ceca) de Mato Grosso do Sul. A reunião, realizada de forma virtual nesta sexta-feira (5), foi presidida pelo secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
O parecer foi apresentado pela conselheira Bruna Feitosa Beltrão Novaes, representante da Assomasul, que votou a favor após acompanhar a análise técnica do Imasul, concluída em outubro. O EIA/RIMA do empreendimento, com 8.651 páginas, passou por audiência pública presencial em maio e seguiu todos os procedimentos exigidos pelo licenciamento ambiental.
A fábrica será a sexta planta de celulose do Estado e terá um diferencial destacado pelo secretário Jaime Verruck: "é a única que vai produzir também a celulose solúvel, utilizada na confecção de tecidos e outras finalidades. Ou seja: abre-se uma nova perspectiva na cadeia de celulose com essa fábrica".
Com a Licença Prévia, a Bracell está autorizada a avançar nos projetos de concepção e localização. O investimento previsto é de R$ 16 bilhões, com geração estimada de 12 mil empregos na implantação e 2 mil postos diretos na operação. A capacidade produtiva será de até 2,92 milhões de toneladas anuais de celulose kraft (Composição A) ou 2,6 milhões de toneladas de celulose kraft e celulose solúvel (Composição B). O projeto prevê consumo anual de 12 milhões de m³ de eucalipto e um sistema de cogeração energética de 462 MW.
Verruck afirmou que a expectativa é que o Imasul aprove a Licença de Instalação até o fim de fevereiro, autorizando o início das obras. Ele reforçou que, paralelamente, será elaborado o Plano Básico Ambiental (PBA) com participação da população local. “É exatamente para avaliar quais são as infraestruturas sociais que nós vamos precisar colocar no município, para exatamente atender um projeto nessas dimensões”, explicou.
O EIA/RIMA também detalha os impactos ambientais e prevê 26 programas obrigatórios, que incluem monitoramento de águas superficiais e subterrâneas, fauna, flora, qualidade do ar, ruído, resíduos sólidos, educação ambiental, saúde e segurança do trabalhador, mitigação de interferências urbanas e de tráfego, além de planos de emergência e controle de processos erosivos.
A nova planta será instalada às margens da BR-267, cerca de nove quilômetros de Bataguassu. Municípios como Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo e Três Lagoas também serão impactados, pois devem fornecer parte da matéria-prima para a indústria.
Da Redação
Foto: Assessoria