24 de Nov, 2025
MP investiga desvio de R$ 5,4 milhões em MS e revela esquema de propina pago por Pix
18 de Nov, 2025

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul cumpriu 18 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (18) em Sidrolândia e Manaus durante a Operação Dirty Pix, que apura o desvio de R$ 5,4 milhões destinados à compra de equipamentos hospitalares. A investigação aponta que parte do recurso público foi desviada pela direção do Hospital Elmíria Silvério Barbosa em parceria com a empresa contratada e que vereadores receberam propina por meio de transferências via Pix.

A operação foi conduzida pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção, o Gecoc, em apoio à 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, com suporte dos Grupos de Atuação Especial contra o Crime Organizado de Mato Grosso do Sul e do Amazonas. Os mandados fazem parte de procedimento que apura peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

O convênio que originou o repasse de R$ 5,4 milhões foi firmado em dezembro de 2022 entre o Governo do Estado e a Sociedade Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, responsável pelo hospital municipal. Os recursos deveriam ser usados para comprar um aparelho de ressonância magnética e um autoclave hospitalar. Segundo o MP, parte do valor foi desviada pela administração da unidade em conluio com a empresa fornecedora Pharbox Distribuidora Farmacêutica de Medicamentos.

As apurações mostram que a empresa realizou várias transferências por Pix, diretamente ou por intermédio de terceiros, ao então presidente do hospital e a vereadores do município. O uso das transferências instantâneas deu nome à operação: “Dirty Pix”, referência ao mecanismo utilizado para movimentar os valores ilícitos.

Entre os alvos estão integrantes da antiga administração do hospital, representantes da empresa e políticos da cidade. Entre eles, o ex-diretor Jacob Breure, que teria sido preso durante a ação, a vice-prefeita e ex-vereadora Cristina Fiuza, além dos vereadores Adavilton Brandão, Izaqueu de Souza Diniz e Cledinaldo Cotócio. Também são citados ex-parlamentares como Juninho Felinni, Elieu da Silva Vaz, Cleyton Martins Teixeira, Clednaldo Cotócio e Adailton Joarildo.

O MP afirma que os indícios reunidos até agora apontam para um esquema estruturado que usou o contrato público, a empresa fornecedora e agentes políticos para desviar recursos e distribuir vantagens indevidas. O material apreendido durante o cumprimento dos mandados será analisado para aprofundar as investigações.

Da Redação
Foto: Assessoria




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