A poucos metros de se tornar realidade, a Ponte Bioceânica está prestes a marcar um dos capítulos mais importantes da integração latino-americana. Em uma região antes considerada inóspita e esquecida — entre o Chaco paraguaio e o Pantanal brasileiro — surge agora um símbolo poderoso de desenvolvimento, união e esperança para dois povos que jamais deixaram de acreditar no progresso.
Em 14 de janeiro de 2022 teve início, no Paraguai, um dos maiores projetos de engenharia civil de sua história: a construção de uma ponte binacional sobre o imponente e caudaloso Rio Paraguai. Idealizada por visões progressistas do passado, a obra começa a materializar um sonho acalentado por décadas: unir fisicamente Brasil e Paraguai, impulsionando conexões humanas, econômicas e logísticas rumo a uma nova era continental.
A execução está a cargo do Consórcio PYBRA — formado pelas empresas Tecnoedil, Paulitec e Cidade Ltda. Sob a liderança do engenheiro civil paraguaio Renê Gómez, sua equipe técnica e centenas de trabalhadores paraguaios e brasileiros avançam firmes para concretizar uma ligação histórica entre os dois países. Ao final de 2025, a união definitiva das estruturas está próxima como nunca.
No dia 27 de novembro de 2025, o futuro encontra-se a exatos 166 metros de distância. É essa a extensão restante para fechar a passarela central da Ponte Bioceânica, megaestrutura que conectará quatro países — Brasil, Paraguai, Argentina e Chile — abrindo caminho direto ao maior mercado do mundo: a Ásia, via Pacífico, pelo Corredor Viário Bioceânico.
Com mão de obra majoritariamente paraguaia, parceria empresarial binacional e tecnologia de alta precisão, a ponte se consolida como peça-chave do novo eixo logístico do Cone Sul. Transformará o Paraguai em um país estratégico — “inevitável” nas rotas globais — e elevará ainda mais a importância econômica do Centro-Oeste brasileiro, fortalecendo cadeias produtivas, diminuindo distâncias e ampliando oportunidades.
A entrega está prevista para o segundo semestre de 2026. Quando os 680 metros forem finalmente unidos, não será apenas uma ponte concluída: será inaugurado um novo tempo. Um tempo de rotas que levam ao oceano, de cargas que cruzam continentes, de pessoas que avançam e de nações que deixam de olhar para trás para ocupar seu espaço entre as grandes economias emergentes.
Uma nova história está prestes a começar — e embora muito já tenha sido feito, o trabalho continua. A travessia rumo ao futuro está quase completa.
Toninho Ruiz
Foto: Toninho Ruiz