Com o controle do único foco de calor ativo na região do Paraguai Mirim, não há atualmente nenhum incêndio florestal no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (11) durante uma transmissão ao vivo na internet, onde foram atualizados os dados sobre o combate ao fogo.
O cenário atual é fruto do trabalho intenso coordenado pelo Governo do Estado, envolvendo militares e brigadistas por terra, água e ar, além das condições climáticas favoráveis. "O satélite capta temperaturas acima de 47ºC. Mesmo sem incêndios ativos, continuamos com o monitoramento e rescaldo", explica a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar, responsável pelas ações de combate aos incêndios florestais no Estado.
A preocupação agora é com a queima lenta dentro das áreas já queimadas, como em troncos de árvores. É necessário fazer o rescaldo para evitar a reignição. "Apesar da chegada de uma massa de ar frio esta semana, que favoreceu o combate ao diminuir a temperatura e aumentar a umidade relativa do ar, nossas equipes combateram os incêndios até a extinção. A tendência é que as temperaturas voltem a subir nos próximos dias, diminuindo a umidade relativa do ar e aumentando novamente o risco de incêndios", alerta a tenente-coronel.
Durante a transmissão, a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento de Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), Valesca Fernandes, informou que não deve chover nos próximos dias no Pantanal, exceto na região de Porto Murtinho. Até sábado, o tempo deve permanecer firme com sol e variação de nebulosidade, com temperaturas entre 11ºC e 23°C. Na semana seguinte, as temperaturas subirão gradativamente, atingindo máximas de 34ºC, com umidade entre 10% e 30%, condições que voltam a ser favoráveis aos incêndios.
Todas as regiões do Pantanal continuam sob constante monitoramento com o uso de drones e pela Sala de Situação em Campo Grande. Desde o início do ano até 9 de julho, 594 mil hectares foram queimados no Pantanal sul-mato-grossense, correspondendo a 6% dos 9 milhões de hectares da região. Este número representa um aumento de 159% em relação ao mesmo período de 2020, quando 229,4 mil hectares foram queimados. Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da UFRJ.
Os focos de calor detectados via satélite chegaram a 3.098 de janeiro até 9 de julho, um aumento de 46,8% em relação ao mesmo período de 2020, quando houve 2.111 registros, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais).
A Operação Pantanal 2024 já dura 101 dias e envolveu 516 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, com apoio do Ibama, ICMBio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas. Mais de 400 integrantes se revezam no combate ao fogo, conforme o planejamento das ações. No total, 11 aeronaves estão sendo usadas, incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390 dos Governos Estadual e Federal. A estrutura de combate inclui ainda 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas, utilizados conforme a demanda diária.
Da Redação
Foto: Assessoria
