A artista douradense Maria Carolina Ferreira de Sousa, conhecida como Damata, teve duas obras selecionadas no edital da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB – Lei nº 14.399/2022), na categoria de artes visuais. As produções agora passam a compor o acervo da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
Além da conquista, Damata se prepara para a última amostragem da exposição Ta’arô, que será realizada em uma aldeia de Dourados, antes que quatro das obras sejam doadas a grupos e associações indígenas da cidade.
“Passei na categoria de fotografia com duas obras, o que para mim é muito especial, pois elas integram a minha primeira exposição física, Ta’arô, apresentada dentro da temporada Sucata Cultural de 2023”, destacou a artista.
As obras unem fotografia e colagem digital. “As obras são fotografias modificadas por meio de colagem digital, impressas e adesivadas em placas de MDF”, explicou.
O nome da mostra também tem forte simbolismo. “Ta’arô, que em guarani significa ‘esperar o futuro’, nasceu de quatro anos de graduação em Gestão Ambiental, período em que me dediquei à pesquisa em restauração socioambiental participativa”, afirmou.
Durante a formação acadêmica, Damata registrou vivências em reservas indígenas, assentamentos e comunidades ribeirinhas do Estado. Essas experiências resultaram em um acervo de imagens que originaram a exposição. “O olhar das crianças e adolescentes que participavam ativamente dessas ações foi um elemento central do meu processo criativo (...). Obras como Curumim e a peça principal da mostra representam a força da comunidade indígena e são homenagens às raízes que me constituem”, ressaltou.
A mostra abriu portas para novos espaços. “Ta’arô marcou minha trajetória artística, levando-me a espaços que nunca imaginei alcançar, como integrar a programação do Festival de Inverno de Bonito. Foi um projeto que fortaleceu minha retomada cultural e meu caminho como artivista, aproximando-me ainda mais das minhas origens indígenas”, disse.
Para a artista, a entrada de suas obras no acervo estadual simboliza o fechamento de um ciclo. “A entrada de duas obras dessa exposição no acervo público estadual simboliza a conclusão desse ciclo com mérito, enquanto as outras quatro serão doadas a grupos e associações indígenas de Dourados, para que possam inspirar toda a comunidade”, concluiu.
No total, apenas seis artistas foram escolhidos na categoria fotografia no edital. Damata conquistou o segundo lugar.
Da Redação
Foto: Assessoria